Aspectos Geográficos

O RELEVO HERVALENSE

Devido à sua localização geográfica, as terras de São José do Herval são parte do Planalto Rio-grandense.

O termo ‘Planalto’ significa regiões com altitudes superiores a 200m, ou seja, mais que 200 m acima do nível do mar, que alteram terrenos inclinações suaves com encostas abruptas. Como todas as regiões de planalto, São José do Herval apresenta terras férteis, porém muito suscetíveis à ação do vento e das chuvas. O tipo de solo mais frequente em nosso município era, a alguns anos, o humoso, mas devido à ação do homem em prática como desmatamento e queimadas, aliadas à agricultura tradicional, hoje este tipo de solo divide o espaço com áreas de solo arenoso, argiloso e tabatinga.

A sede do município encontra-se em um dos pontos mais elevados São José do Herval, com uma altitude de 680 m, mas encontramos áreas de altura superior, como os Morros da Linha São Sebastião, Linha Sete de Setembro e parte da Linha Chapecó além de outros em pontos isolados, facilmente identificados na foto satélite.

 

O CLIMA

 

Clima: é o conjunto das condições atmosférico (temperatura, umidade, ventos, incidência dos raios solares, chuva, nebulosidade) que se registram em uma determinada região durante certo período

 

Tempo: são as características climáticas do dia. As condições climáticas do tempo podem alterar-se ao longo das horas, mas o clima altera-se somente a longo prazo.

Em nosso município o clima é subtropical, pois apresenta características como:

  • Verões quentes e invernos muitos frios, com incidência de geada neve.
  • Boa distribuição da chuva durante o ano, o que permite um bom desenvolvimento da agricultura.
  • Incidência do vento “minuano” de origem polar, muito frio e seco, principalmente nos meses de: Junho e Julho.
  • Características distintas nas quatro estações do ano.

Devido as diferenças de altitude e localização, são percebidas pequenas alterações na temperatura, ao compararmos dois ou mais pontos do município, principalmente durante o inverno.

A observação popular também registra mudanças no tempo em relação a anos anteriores.

Estas diferenças notadas são consideradas das alterações do tempo e não do clima.

 

A VEGETAÇÃO

 

Vegetação é o conjunto de plantas que crescem naturalmente em uma região:

Podemos dividir a vegetação em três tipos: floresta, matas e campos. A vegetação de um determinado lugar depende basicamente do clima e do solo desde lugar.

A vegetação de São José do Herval pode ser classificada em duas zonas: zona da mata e a zona de campos.

Zona da mata: alterna áreas de características da mata subtropical com áreas de características da mata dos pinhais. Encontramos espécies como pinheiro, cedro, canela, cabriúva, aroeira, cerejeira, angico e canjerana dividindo espaço com xaxins, samambaias, bromélia, liquens, orquídeas e outras plantas que se beneficiam da sombra e da umidade presente nas matas.

Zona de campo: caracterizada pelas diferentes espécies de gramíneas, apresenta vegetação rasteira consorciada a espécie de pequeno porte, como carquejas, caraguatás e samambaias.

A ocupação agrícola das terras alterou a vegetação do nosso município, deixando-a bastante descaracterizado. A extração de madeira de valor comercial aliada ao reflorestamento de áreas com espécies de rápido desenvolvimento fez com que algumas espécies nativas quase desaparecessem, dando lugar à novas áreas de vegetação.

Reflorestamento: “No início da colonização, os campos ocupavam 55% da superfície do estado, e as matas, 35%. Atualmente as matas originais não chegam a cobrir 2% do território gaúcho.

(Kramer, 1993)

Ao desenvolver técnicas de agricultura e construir cidades, o homem iniciou uma das áreas de vegetação nativa novos áreas de exploração comercial.

Em nosso munícipio, embora grande parte dele esteja ainda recoberto pelas espécies originais, já é possível detectar áreas de substituição, onde plantações de pinus, eucalipto e acácia ocupam áreas anteriormente de matas nativas.

Essa atividade- o florestamento- tem suprido necessidades econômicas, mas, se ocorre em grande escala, pode afetar o equilíbrio biológico das espécies, pois estas florestas não servem de abrigo natural aos animais silvestres, e acabam forçando-os à migração.

Lembrete: Os termos florestamento e reflorestamento não são sinônimo.

Florestar é plantar uma floresta com uma espécie vegetal diferente da nativa.

Reflorestar é replantar uma área com exemplares da vegetação nativa.

 

HIDROGRAFIA

O estudo das águas de um determinado espaço merece especial atenção, pois toda a história humana desenvolveu-se de acordo com a proximidade dos cursos d’água.

Em nosso município, a importância dos rios também se fez presente na forma de ocupação do espaço, porém ocorreu de maneira peculiar: Enquanto a sede crescia na área mais elevadora, junto a caminhos de tropeiro, desenvolvendo atividades comerciais, as comunidades agropastoris ocuparam as áreas mais rebaixadas irrigadas naturalmente por arroios e olhos d’água.

Os rios de nosso município são todos de pequeno e médio porte, apresentando um volume de água estável, embora possam sofrer alterações no decorrer do ano, devido às precipitações pluviométricas. Nossos rios fazem parte da bacia do Jacuí, e do micro bacia regionais do taquari, pois são afluentes deste rio.

A hidrografia hervalense pode ser considerada insignificante se comparada ao volume de água de outros rios estado. Contudo é de valor indiscutível à população deste município, pois ocupa segmentos do lazer, da agropecuária e muitas vezes do abastecimento familiar.

 

Os principais rios de São José do Herval são:

 

Arroio espoleta:

É um riacho que nasce na Linha São Cristóvão e desagua no Rio Forqueta. Em seu percurso, recebe água de inúmeras nascentes menores, e contribui para o abastecimento dos moradores ribeirinhos.

Por ser rio de planalto, apresenta as irregularidades normais nestes rios, sendo em algumas partes raso, e em outros, profundo. Na comunidade de São Sebastião, projeta-se de grande altura, formando uma linda cachoeira. Este rio do município apresenta mata ciliar em quase toda a sua extensão, o que contribui visivelmente ao bom aspecto de suas águas. O Arroio Espoleta é o limite natural entre as Linhas São Sebastião e São João da Jacutinga.

 

Arroio Ambú: É o rio mais urbano de nosso município, e sofre com os efeitos do progresso.

Sua nascente está situada na parte norte da sede, e em seu percurso recebe a maior parte do esgoto urbano, sem tratamento adequado.

Embora nos trechos iniciais suas águas sejam totalmente poluídas, a natureza se encarrega de purifica-las, e ao desaguar  no Rio Forqueta já apresenta-se limpo e com aspecto aparentemente saudável.

O arroio ambú, a exemplo dos outros arroios de São José do Herval, também recebe água de afluentes menores, e representa o limite entre a Linha São Sebastião e a Linha Sete de Setembro.

 

Lageado Sociedade: Com sua nascente próxima à BR 386, este arroio é outros afluentes do Rio Forqueta, e simboliza o limite entre a Linha Sete de Setembro e Linha Chapecó. É um arroio com volume de água modesto, e características comuns aos outros arroios do município.

Seu principal uso é para fins agropecuários, porém em algumas situações supre carências no abastecimento familiar.

 

Arroio da Gruta: Assim é conhecido em São José do Herval uma nascente de pequeno porte que embeleza um dos mais populares pontos turísticos de nosso município, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, na comunidade de Colônia Nova. O volume de água deste curso é pequeno, porém muitas pessoas acreditam que à água da Gruta tem fins curativos, o que comprova a fé e a religiosidade de alguns habitantes de nosso município.

 

Arroio Leão: O arroio Leão nasce na comunidade de Vista Alegre, e durante seu trajeto vai recolhendo água de inúmeras vertentes menores.

 

Na comunidade da Linha Vitória, pouco antes de desaguar no Rio Dudulha, este arroio apresenta seu maior volume de água. Correndo no sentido sudoeste, o arroio Leão é parte do limite natural entre nosso município e o município vizinho de Pouso Novo, e seu potencial é aproveitado no seu abastecimento familiar por ocasião de secas, lazer e agropecuária.

Em seu aspecto físico, nota-se semelhanças aos outros rios do município, como o pouco volume de águas e leito pedregoso.

 

Arroio Modesto: Enquanto o arroio Leão corre no sentido sudoeste, o arroio Modesto percorre o sentido sudeste de São José do Herval, nascendo próximo à BR 386 e desaguando no Rio Forqueta; este arroio também é parte da divisa sul de São José do Herval.

A exemplo dos outros cursos de água do nosso município, seu volume hídrico é pequeno, porém de fundamental importância para os moradores da Linha Chapecó. Apresenta leito pedregoso, e inúmeros exemplares de peixes, que já começam a se ressentir dos efeitos causados pelo uso indevido de agrotóxicos nas lavouras de fumo e similares.

 

Arroio Cosme: Conhecido também como “Arroio Tigela, “situa-se à nordeste de São José do Herval, separando nosso município de Fontoura Xavier. Sua nascente está localizada no município de Fontoura Xavier, e sua foz no Rio Dudulha, em São José do Herval.

Sobre este arroio está constituída a Ponte Tigela, que é um ponto de referência dentro do município e também facilita o acesso à municípios do norte do estado, através da BR 386.

Fisicamente, na maior parte do trajeto sua água é límpida e corrente, num leito natural de barrancas altas e rochosas, resultado de um trabalho lento e contínuo de erosão, através dos tempos.

 

Rio Dudulha: É a divisão Oeste de nosso município, estabelecendo limite natural entre São José do Herval e Fontoura Xavier.

Em seu percurso dentro do nosso município, recebe água do arroio Cosme, do arroio Leão, do arroio da Gruta e outras vertentes menores. Muito popular pela sua piscosidade, é de aspecto geral muito agradável, porém em alguns trechos seu leito é profundo e margeado por altos barrancos.

A nascente do Rio Dudulha está localizada no município de Fontoura Xavier e sua água é despejada no Rio Fão, já dentro do território de Pouso Novo.

O potencial deste Rio é utilizado para inúmeros fins, dentre eles o lazer, pois em alguns trechos do seu percurso apresenta águas rasas e margens dignas de cartão postal.

 

Rio Forqueta: Nascendo no município de Soledade o Rio Forqueta é o maior rio de São José do Herval. Percorre a divisa leste, separando nosso município do município de Putinga por aproximadamente 8 Km.

Recebe água de inúmeros afluentes, como arroio Espoleta, o arroio Sociedade, o arroio Ambú e de todos os córregos menores que seguem a direção leste.

Este rio, além de seu potencial natural, também abrigará uma PCH na localidade de Linha Chapecó, que deverá produzir em média 32.724 Mwh de energia por ano, formando um lago artificial de 34,6 hectar, que, devido ao fácil acesso, poderá ser explorado no setor turístico.

Nas margens do lago da PCH, está sendo criada uma área de Preservação ambiental, permanente, numa faixa de 100 m a partir da área inundada do reservatório. Nesta área, todas as formas de vegetação natural deverão ser mantidas invioláveis.

As obras de construção da PCH Salto do Forqueta iniciaram em 200l, e sua conclusão está prevista para o mês de março de 2002.

Com isso, o Rio Forqueta reafirma sua importância no município de São José do Herval e na Região, pois, como afluente do Rio Taquari, também é parte da Bacia Hidrográfica dos rios Taquari e Anta.

Convém ressaltar que todos os riachos e vertentes que nascem em São José do Herval seguem dois sentidos:

Sentido Nordeste / Leste / Noroeste, desaguando no Rio Forqueta.

Sentido Oeste / Sul / Sudoeste, desaguando no Rio Dudulha,

 

Características geográficas
Área 101 52 km²
População 2 568 hab.
Localização: 29° 29′ 52″ 50° 59′ 34″
Fuso horário UCT-3